A fronteira por nós estipulada
Grande parte da humanidade possui a sua própria fronteira, face ao que acredita, contudo existe uma minoria que permite a ausência de fronteiras, e com isso a possibilidade de abertura ao novo e um expandir infinito. Vejamos. Os cépticos dizem-nos que não acreditam, os religiosos dizem que acreditam, e por fim os sábios dizem que sabem.
Julgo ser simples a análise de todos eles, isto é, identificar as fronteiras por eles estipulados. Os cépticos, caracterizaram a sua crença, no não acreditar, ou seja a fronteira foi delineada de imediato. A hipótese de não saber, é excluída, para ser substituído pela crença. Um acto deveras inconsciente e de contra-senso, pois o acto que os leva a tomar a posição que tomam, é o mesmo acto que tanto, criticam naqueles que acreditam em algo. Ambos se baseiam, na sua Crença, crer em algo, ou não crer em algo.
Os religiosos. Aqui podemos encontrar dois tipos de pessoas, o religioso que apenas acredita, e com isso limita a sua crença, a uma distância entre ele e o objectivo, do que acredita ser verdade, estipulando assim uma fronteira nessa mesma crença.
Digamos que as fronteiras, são limites por nós impostos a nós mesmos, expressões como: “Eu acredito nisto, e só isto é verdade!” tornam-se verdades absolutas, Cúpulas de entendimento limitado.
Por outro lado temos, os religiosos que não só acreditam, mas sabem, ou seja, suas crenças não possuem limites, não se encontram em redomas de vidro, pois sabem que a vida jamais é condicionada a uma ideia, jamais se fecha a um conceito. Sabem que a Vida é incondicionada, sem fronteiras, um mar infinito de possibilidades.
Por fim temos os Sábios, aqueles que percorrem o “caminho” da verdadeira libertação. Como o termo indica estão finalmente libertos, as fronteiras desabaram, deixaram de existir, o condicionamento imposto, em tempos pela crença, proveniente da mente tombou, e com isso foi permitido ver a Luz, ver a verdade. Sabem que a vida é sinónimo de liberdade, que nada e ninguém a pode condicionar, que o condicionamento é ilusório, e fruto de um inconsciente, que ainda procura o que não pode ser procurado.
Para eles, a crença deixou de fazer significado, serviu um propósito nobre, o de descobrir a verdade, uma vez descoberta, e aceite ambos se fundiram em sabedoria, Uma sabedoria imutável face a sua mutabilidade, pois sabem que tudo muda, e sabem quem “É” que sabe que tudo muda.
Não coloque fronteiras, na sua vida, admitir que não sabemos, é um acto deveras de coragem, é também o derrubar de todas as fronteiras, e com isso a vinda do “novo” pode lhe ser revelado.